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Gestão de relacionamento: otimizar o CRM é conquistar mais votos

Gestão de relacionamento: otimizar o CRM é conquistar mais votos

No marketing político, deveríamos começar a chamar de GRE: Gestão de Relacionamento com Eleitores, o coração de uma boa campanha, comunicação de mandato ou para relações institucionais.

Matheus Graciano

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O termo CRM Customer Relationship Management é uma sigla em inglês que significa Gestão de Relacionamento com o Cliente. No marketing político e eleitoral é a atividade responsável por gerir dados da base de fãs que, neste caso, são os possíveis eleitores. Eu considero como o coração da estratégia. É aqui que segmentamos por perfil, onde moram, dentre outras características que permitam enviar mensagens personalizadas para cada tipo de pessoa.

Pra começo de conversa, anote os itens básicos que precisamos ter de um contato:

  • Primeiro Nome (sobrenome se possível)
  • Telefone (com Whatsapp)
  • Bairro / Cidade
  • Assunto que a mobilizou a dar seu contato

O que é um CRM e como isso ajuda na gestão de relacionamento?

CRM sempre existiu. Sabe aquela lista de telefones e endereços que um presidente de Associação de Moradores tem, com todos os detalhes dos vizinhos? É por ali que ele vai pedir votos para as pessoas do bairro, gerenciando os contatos. Seja indo à casa das pessoas ou, mais recentemente, com os contatos no Whastapp.

Mas se você chegou até aqui, deve estar pensando nas ferramentas digitais de CRM. Na prática, um software que armazena e centraliza informações sobre os contatos das pessoas que interagem com a sua campanha, mandato ou instituição. Pode ser o Mailchimp, Zoho CRM, SalesForce, entre outros.

O pacote básico de informações são nome, e-mail, telefone, endereço, histórico de interações (pra saber como a pessoa chegou até você), preferências, opiniões, por aí vai. Tudo isso permite que você conheça melhor o seu público, seu eleitorado, criando estratégias de comunicação mais assertivas e persuasivas.

Outras sugestões de segmentação são dados sobre idade, gênero, localização, renda, escolaridade, trabalho, estado civil, dentre outros. As chances de engajamento e conversão em voto podem aumentar se você souber analisar e combinar as características fornecidas pelo público. É nesse processo que se define o microtarget ou, em português claro, o seu micro alvo.

Pessoas numa praça pública filmando o show e mandando as imagens às pessoas que conhecem.
É muita gente pra entrar em contato, pra responder pergunta, pra atender. Haja relacionamento! 🙂

Quais as vantagens de usar softwares de CRM na gestão de relacionamento com eleitores?

Usar um software para o CRM facilita o acompanhamento das ações de marketing e comunicação, fazendo que se mensure os resultados de cada ação, identificando os pontos fortes e fracos da campanha.

Eu sei que o cotidiano dos 45 dias de campanha eleitoral são hiper corridos para fazer a quantidade de atualizações sobre os contatos com pessoas eleitoras. Muita das vezes, plataformas como papel e caneta podem agilizar bastante o processo. Uma simples lista impressa com marcações sobre as pessoas com quem se falou são bem úteis.

Gestão de relacionamento com eleitores das antigas: listas impressas em papel e caneta nas mãos.
Gestão de relacionamento com eleitores das antigas: listas impressas em papel e caneta nas mãos.

Mas num processo que envolve diversas pessoas e, algumas vezes, em escritórios remotos, é importante que todo mundo saiba o que está acontecendo. E as ferramentas digitais tem larga vantagem em tornar o trabalho mais colaborativo e eficiente.

Anos atrás, eu usei o Basecamp numa equipe de vendas. O detalhamento dos contatos feitos para cada pessoa ou instituição que tínhamos que falar era crucial para manter um relacionamento saudável, respeitoso, sem ser o chato do contato a todo momento, nem o esquecido que nunca lembra do prospect. Até o horário do contato era vital para manter uma boa relação, evitando inconvenientes.

CRM é só pra campanha eleitoral?

É pra tudo. Precisamos gerir relacionamentos permanentemente, seja num mandato ou pré-campanha. Essas práticas não podem ser exclusivas do período eleitoral. A construção de uma boa base de contatos tem o tempo como aliado para se solidificar.

Além do mais, relacionamentos não são restritos aos eleitores. Devem mirar, também, numa boa relação com dirigentes partidários, correligionários, pessoas da sociedade civil em geral, em suma, todos os agentes que atuam nos diferentes ambientes, responsáveis para que uma candidatura ganhe força ou para que um mandato seja relevante e comunique seus feitos.

Qual a melhor ferramenta de CRM pra mim?

A gestão de relacionamento é uma forma de criar vínculos fortes e duradouros com outras pessoas, gerando mais confiança, credibilidade e fidelidade. Entretanto, esses conceitos também precisam ser pensados para dentro da sua equipe. E é esse detalhe que fará toda a diferença na hora da escolha. Alguns pontos que eu pensaria:

  • Escolha uma ferramenta de CRM que se adapte às práticas da sua equipe. Se está montando uma equipe para trabalhar por pouco tempo, é necessário que o software seja de fácil uso, sem curva de aprendizado grande. Quanto mais simples e intuitiva, melhor.
  • Veja se as funções vendidas pelo CRM se adaptam às suas necessidades reais e ao seu orçamento. Tem muita solução “ultra inovadora” que não vai servir para nada, dependendo do seu dia a dia

Quais são as boas práticas do CRM?

  • Mantenha o banco de dados super atualizado. Para um bom relacionamento se estabelecer, os dados dos seus contatos precisam estar corretos e completos. Imagina errar um bairro? Ou pior: imagine chamar a pessoa pelo nome errado? É queimar o contato na largada! Por isso, mantenha banco de dados sempre alinhado, excluindo contatos inválidos e duplicados. Achou um erro? Corrija! E se sentir falta de algum atributo, sugira, adicionando novas informações.
  • Crie segmentos e microssegmentos. A microssegmentação no marketing político é o que vai deixar a sua campanha super relevante. Por exemplo: você pode segmentar os seus contatos por região, por faixa etária, como também por interesses, e a chave é relacioná-los para perceber quais as características mais marcantes dessas pessoas com quem a campanha, mandato ou instituição está conversando.
  • Dica óbvia: envie mensagens personalizadas para cada segmento ou microssegmento. Pra isso, a criação de conteúdo focalizado é importantíssima. Exemplo: você pode enviar conteúdos educativos para pessoas que ainda não conhecem bem as suas propostas para determinado tema, pode municiar os superfãs com material de campanha, direcionar depoimentos de apoiadores para eleitores indecisos, e muito mais que sua estratégia demandar.
  • Monitore os resultados das suas ações. Use o CRM para analisar os resultados das ações de comunicação. Dados como taxa de abertura, de cliques, de rejeição, bem como confirmação do voto, perguntas relativas a propostas, tudo precisa ser levado em conta nesse jogo. Cada indicador vai permitir que você avalie o impacto das mensagens, acertando o que está errado e identificando oportunidades.

Conheça 3 ferramentas pra fazer seu CRM decolar

Segue a lista de indicação de algumas ferramentas que já usei, outras que já conheci, para você tomar sua decisão.

MAILCHIMP

Minha relação com o Mailchimp é longa! Comecei a usá-lo nos idos de 2010, quando trabalhava como analista de negócios e – veja só – buscava uma ferramenta para disparar newsletters para o banco de dados construído no Basecamp.

Mailchimp é uma plataforma de CRM, com emails e sms
Mailchimp e seu simpático macaquinho!

Depois de mais de uma década, o Mailchimp melhorou sua interface, ficou – ainda mais – fácil de usar, se popularizou, ficou em português, passou a cobrar em real, ufa! Muita coisa boa que teve um lado não tão bom: retirou várias funcionalidades que eram gratuitas para teste, como o agendamento de mensagens, por exemplo. Mas continua com um plano gratuito para testar.

Na minha opinião, a característica mais interessante é a quantidade de relacionamentos com outras ferramentas, o que agiliza muito o funcionamento de uma estratégia integrada de marketing.

GOOGLE SHEETS

O Google Sheets não é necessariamente um CRM clássico! Porém… podem servir como tais, gente. Afinal, a organização em planilhas é algo que acontece nos bastidores de todas as ferramentas. Esse blog explica como fazer essa mágica acontecer.

Google Sheets pode ser uma ferramenta adaptada para CRM, na tarefa de gerir o relacionamento com os eleitores
Google Sheets tem uma característica ótima entre as ferramentas: pode ser gratuito e tem potencial – quase – ilimitado.

Você pode listar todos os seus contatos, classificando-os e criando atributos para cada um por meio de colunas. Ou seja, é um lugar para você armazenar as informações básicas, como nome, informações de contato, nome de usuário de rede social, seu último contato com a pessoa e muito mais.

Pra mim, é uma ferramenta de fácil adesão quando se está criando uma equipe do zero para rodar rapidamente. Outro ponto positivo é a fácil adesão à ferramentas integradoras, que ligam o potencial de uma landing page diretamente às planilhas.

AIRTABLE

Conheci o Airtable numa campanha eleitoral. O uso é extremamente fácil. Entretanto, mesmo se autodenominando uma plataforma low code, ou seja, que não precisa de conhecimento de código para fazê-la funcionar, foi demorado fazer a equipe de relacionamento aderir rapidamente à ele por uma questão clássica no Brasil: a plataforma não tem versão em português.

Estrutura de implementação do CRM no Airtable.
É fácil, ágil, mas falta uma versão em português brasileiro.

Gestão de relacionamento é conquistar mais votos

Agora que você entendeu a lógica completa do Customer Relationship Management para marketing político e institucional, e já faz isso no seu mandato, ou na sua instituição, meus parabéns! Você está no caminho certo.

Mas… se você só tem os contatos, mas não tem atributos, classificações, não tem uma programação de mensagens personalizadas, não produz conteúdo exclusivo, acha que tudo isso é bobagem, e que os posts em redes sociais já resolvem tudo… a boa notícia é que você agora já sabe como por essa sua rede para funcionar.

Sempre digo às pessoas que as redes sociais são das empresas. Já seu site e a lista de contatos que você se relaciona são um ativo seu que ninguém tem como tirar. Porque o que está em jogo não é a lista, mas o relacionamento com os eleitores que você estabeleceu, fortaleceu e consolidou é só seu.

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