Para saber o que é identidade visual precisamos ir direto ao ponto: é tudo aquilo que dá características marcantes a algo ou alguém, facilitando o reconhecimento através da visão.
Aprenda a criar nomes para sua loja virtual.
Sendo mais prático, vamos fazer um exercício: tente lembrar de uma pessoa que você tenha alguma simpatia. Como é o rosto dela? E a cor da pele? A pessoa é alta, baixa, tem ou não cabelos? Há algum tipo de roupa que ela usa com frequência? E o jeito de andar, como é? Ela dança? Ah, se você vir a caligrafia numa assinatura manuscrita, consegue reconhecê-la?
Todos os detalhes que você imaginou fazem parte da identidade dessa pessoa. Aliás, todas as características que você consegue captar através de algum dos seus 5 sentidos e lhe dão alguma informação importante são meios de identificação.
Em suma, o ato de projetar uma identidade visual é para comunicar ao público sobre quem ou o que se é através do olhar.
Identidade é muito mais que o visual
Voltando ao ser humano, há diversos outros sinais reconhecíveis. A timbre da voz, cheiro, toque ou textura dos cabelos, a pele e assim vai. Se pensarmos num alimento, então, é o paladar que entra em ação. Inclusive, naquele clássico brigadeiro de festa que de olhos fechados você sabe o que é.
Dito isso, fica evidente que, quando o assunto é identificação, há muitas coisas em jogo. O cheirinho do Subway ou perfumes pulverizados no interior de uma loja de roupas, por exemplo, são identidades olfativas.
Em um mundo cada vez mais visual, os vídeos ganham vez, trazendo cada vez mais a combinação de estímulos visuais e auditivos. As assinaturas sonoras são um exemplo. A vinheta da Rede Globo, muito popular no Brasil, mostra como a combinação de dois sentidos geram um reconhecimento ainda mais abrangente de uma marca.
Marca não resume o que é identidade visual
O desenho da marca é um ponto de partida. Mas não resume a identidade, limitando-a. Há alguns elementos-chave que definem as características visuais e podem, inclusive, estar inseridos na marca. Mas não são limitadores.
É preciso compreender que uma marca, logotipo, logomarca ou como você quiser chamar, é apenas o “rosto”, o retrato 3×4 do ente representado, seja uma instituição, empresa ou pessoa.
A seguir, vou detalhar tópicos importantes que precisam ser pensados num sistema de identidade visual que tenha a pretensão de ser relevante.
1. Cores
Somos seres da luz, literalmente. Há tempos atrás, nossa vida era basicamente diurna. Mas no último século, com o advento da eletricidade, nosso dia ficou maior. A luminosidade agora está em todos os lugares, 24 horas por dia. E não apenas nas lâmpadas, mas também nas nossas telas de tevê, desktop e celular.
Cores são luz. Sendo mais preciso, cores são diferentes frequências de luz percebidas por nossos olhos. E elas significam muitas coisas. Nos dizem sobre os alimentos que estão bons ou estragados, revelam a saúde ou doença, ou contam histórias de alegria e tristeza.
Cor é uma informação muito valiosa.
As cores dão o clima e refletem a intenção da marca, seja ela qual for. Uma pessoa que deseja criar sua identidade visual para o Instagram, por exemplo, precisa ter um cuidado na escolha de imagens que irá publicar no feed. Neste caso, o tom das imagens será muito mais importante que a cor da marca como um logotipo, por exemplo.
Por outro lado, empresas como a Rappi não publicarão imagens com frequência. Porém, precisam ter um controle de que a cor usada no aplicativo será a mesma das bolsas dos motoboys, com a marca branca sendo aplicada no laranja. Será isso que fará ela ser lembrada a cada novo pedido no celular, ou ser identificada na porta quando o pedido da refeição chegar.
As cores podem contar muitas histórias e refletir muitos momentos psicológicos, como alegria, segurança, confiança e ternura. E no Instagram, por exemplo, o conjunto de imagens que alimentam o feed podem dizer bastante sobre a personalidade da marca – inclusive pessoal – representada. Uma leitura de feed consegue entregar a identidade que aquela pessoa deseja comunicar visualmente.
É preciso lembrar, também, que há muitas pessoas com deficiências visuais de diversos tipos. Sejam aquelas que têm pouca ou nenhuma visão ou as que são daltônicas. Em ambos os casos, para se projetar uma identidade que tenha mais fôlego e universalidade, é preciso pensar bem nas paletas de cor utilizadas na hora de seu projeto.
2. Tipografia
Tipografia nada mais é do que as fontes escolhidas para usar no projeto visual. Tanto no logotipo quanto nos apoios, qualquer aplicação que use letras ou números precisa ter a fonte escolhida para as composições.
Escolher uma fonte única ou definir o arranjo entre duas ou três é importante para ter uma identidade visual coesa. Não dá para usar usar uma fonte X em um lugar e outra Y em outro. Lembro que não é obrigatório usar a fonte do logotipo no restante das aplicações da identidade.
Se você não tem intimidade com tipografias, uma dica básica é dividir as fontes em dois grupos: as serifadas, como times, georgia; e as não-serifadas, como arial e tahoma. A serifa é aquele “tracinho” que se encontra nas extremidades de uma letra, como você pode ver na imagem a seguir.
Se você já tem mais experiência, pode combinar ambos os estilos numa identidade. Ainda sim, independente da sua escolha, saber desse fato é um grande passo para se criar um estilo único nos materiais produzidos.
3. Símbolos e Elementos Gráficos
Os símbolos ou elementos gráficos são itens de apoio que auxiliam na formação da identidade visual. Eles podem vir ou não na marca principal.
Há marcas que são tipográficas, ou seja, são “apenas” o nome do produto ou serviço. Entretanto, há outras que vem com seus símbolos gráficos, separados ou integrados ao logo.
Uma vez inclusos na identidade, podem ser uma ferramenta de grande ajuda para criar as aplicações seguintes da marca, como você pode ver a seguir.
Manual de Identidade Visual
O manual de identidade visual é um documento. Mesmo que sua intenção seja ter uma marca com poucas aplicações, é importante que o manual da marca seja consistente.
Ele te ajudará nas aplicações futuras, evitando que quem use a marca não caia na tentação de “criar”. Especialmente, se for algo não previsto por você ou seu designer.
Um bom manual agiliza bastante o trabalho de todos que irão trabalhar naquela determinada identidade visual. E o mais importante é mostrar “o que não pode fazer” com a marca.
Como sugestão, sugiro ir no Pinterest e buscar alguns manuais por lá.
Espero que este post tenha sido útil para você compreender um pouco mais sobre o que é identidade visual.